Logo achei o local, estava fechado e só havia uma porta aberta, ao entrar por ali, vi uma faixa dizendo "Alistamento Militar", na qual alguns jovens formavam fila para falar com um homem que estava em pé atrás de uma grande mesa distribuindo um pedaço de papel. Vamos chamar esse homem de Oficial, o seu bigode impunha respeito em meio a aquele bando de adolescentes desgarrados.
Esperei na fila um tempo, o homem ficava perguntando a cada pessoa "Vai se alistar? Aonde você mora?", quando chegou a vez do cara que estava na minha frente, houve um pequeno diálogo:
- Aonde tu mora?Percebi um certo sarcasmo nos "Issooo" do oficial. Peguei, preenchi o papel e devolvi, após alguns recolhimentos o Oficial sumiu dentro dos escritórios do lugar. Os demais e os que chegaram mais tarde, ficaram esperando completamente perdidos pela volta do senhor do bigode.
- Tatuapé
- Isssooo, qual bairro você mora?
- Tatuapé..?
- Issoo, haha..cof.. Boa garoto, preenche isso aqui pra mim.
Enquanto isso o pessoal saia para tomar café na padaria, voltava, saia para fumar, voltava, saia de novo para tomar uma cachaça e voltava de novo. Lembrando que a maioria esmagadora ali não tinha nem 18 anos ainda. Finalmente o Oficial voltou e com reforços, outro Oficial para atender as pessoas que chegavam.
O Primeiro Oficial foi chamando as pessoas para assinar dois papéis e colocar suas digitais neles. Acho que a frase mais recorrente nesse tempo foi "Você tirou essa foto quando? Você ainda mamava nessa época?" a segunda mais recorrente foi "Você esteva bebado quando tirou essa foto?". Após todo esse procedimento o Oficial me avisou que dá próxima eu já poderia ir embora, nisso já tinham se passado 1h20, um tempo até razoável para uma espera governamental, ou deveria dizer militar?
Passados mais 10 minutos ele veio me dar o certificado de reservista, que nada mais é do que uma folha de papel A4 recortada com um monte de informações inúteis suas e impressas na impressora de fita da prefeitura com sua foto colada no canto.
Foi um pouco decepicionante, só que mais me preocupava ter que voltar na chuva com aquele pedaço de papel que não se pode dobrar e nem se guardar no bolso.Dei um jeito de colocar no bolso e apertei o passo de volta para casa. O papel pode estar um pouco amarrotado, mas felizmente não foi molhado.
Mas minhas relações diplomáticas com o Exército ainda não estão acabadas e daqui a alguns meses, eu voltarei lá para saber meu destino e logo mais relatarei a vocês.
Cara simpático
1 deboches:
Agor é só torcer pra não acabar que nem nosso amigo da foto ai...
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